Empresas planejam investimentos em serviços digitais de saúde para trabalhadores, segundo Mercer Marsh Benefícios

São Paulo, Brasil

O estudo Saúde sob Demanda indica que os colaboradores têm um grande interesse pelas plataformas digitais para acessar os serviços de saúde e encontrar o médico certo quando precisam. Mais da metade (52%) preferem trabalhar em empresas que tenham soluções digitais de saúde.

Os investimentos das empresas em saúde, incluindo em soluções de saúde digital, crescerão nos próximos anos. Esse movimento dos empregadores deve-se ao fator estratégico da saúde como um instrumento de atração e retenção de talentos e de produtividade. Segundo levantamento da consultoria Mercer Marsh Benefícios, 71% das empresas no Brasil disseram que vão investir em soluções de saúde digital nos próximos cinco anos. 

Para as empresas, os investimentos são ativos muito valorizados pelos trabalhadores. De acordo com a pesquisa, 52% afirmaram preferir trabalhar em empresas que oferecem soluções digitais de saúde, o que mostra ser um diferencial. 

“Metade dos trabalhadores disseram que são menos propensos a sair de uma empresa que promove ou oferece tais soluções. As soluções digitais são atraentes para os trabalhadores porque aprimoram o acesso e têm o potencial de fornecer os serviços necessários de forma mais eficiente e mais economicamente acessível”, afirma Antonietta Medeiros, Superintendente de Gestão de Saúde da Mercer Marsh Benefícios.

Os dados fazem parte do estudo inédito ‘Saúde sob Demanda’, um amplo levantamento internacional da Mercer Marsh Benefícios em 13 países (economias maduras e em desenvolvimento) e contou com a participação de 16.564 trabalhadores entre 18 a 64 anos e 1.300 executivos. No Brasil, foram entrevistados 1.009 colaboradores e 100 tomadores de decisão de nível sênior.

Na amostra analisada, os mercados em crescimento foram caracterizados de acordo com os critérios do Banco Mundial e com níveis de renda inferiores a US$ 12.615 (Renda Nacional Bruta per capita), incluindo países como Brasil, a China, a Colômbia, a Índia, a Indonésia e o México.

A maioria (73%) utiliza as soluções digitais que os ajudam a encontrar o médico certo ou a assistência médica quando necessitam. 

Além disso, (31%) dos colaboradores gostaria que as suas empresas fornecessem as soluções digitais de saúde, segundo o levantamento. “Constatamos que os colaboradores valorizam o acesso mais fácil aos melhores especialistas ou prestadores de serviços de assistência médica em qualquer lugar e a qualquer momento. Eles são favoráveis à saúde digital na medida em que aprimore o acesso à assistência médica e seja economicamente acessível”, diz.

Cultura pró-saúde

Segundo Antonietta, da Mercer Marsh Benefícios, investir em ferramentas digitais de saúde pode ajudar a demonstrar que os empregadores estão comprometidos com o desenvolvimento de uma cultura mais ampla que valorize a saúde e o bem-estar. Isso coincide com os interesses dos trabalhadores, muitos dos quais querem que sua empresa promova um ambiente mais favorável à saúde.

“Para que as soluções de saúde digital sejam adotadas é preciso fornecê-las dentro de um contexto cultural que realmente valorize a saúde e o bem-estar das pessoas. Uma cultura pró-saúde deve levar em conta as preferências e expectativas únicas dos trabalhadores”, explica. De acordo com o estudo 44% dos trabalhadores prefere  interações humanas em suas experiências na área de saúde e 24% dos trabalhadores desconfiam de algoritmos computadorizados.

Barreiras 

O estudo também avaliou quais são as barreiras que têm dificultado o desenvolvimento de serviços digitais de saúde. Para 24% das empresas, o arcabouço regulatório é uma delas. “O adiamento da regulamentação da Telemedicina no Brasil é um exemplo da barreira mencionada pelos empregadores. A legislação local ainda não estimula investimentos em soluções como essas”, avalia. 

“O ambiente de atendimento médico no Brasil está mudando. A tecnologia desempenhará um papel mais amplo no apoio aos profissionais de saúde para que prestem um atendimento de mais qualidade, digitalizando a experiência de assistência médica do paciente e liberando mais tempo para que os profissionais de saúde possam facilitar a vida de seus pacientes”, complementa.