Os Custos dos Planos de Saúde São Três Vezes Maiores que a Inflação
- Globalmente, os custos médicos aumentaram 9,5% em 2017, quase 3 vezes a taxa de inflação.
- A saúde mental é o terceiro fator de risco que mais afeta os custos médicos dos planos de saúde coletivos.
- O investimento em análises de dados e a adoção de estratégias integrais de saúde e bem-estar são fatores críticos para as empresas gerenciarem os crescentes custos dos Planos de Saúde e Benefícios para os Funcionários.
A adoção de estratégias integrais de saúde e bem-estar, respaldadas por capacidades digitais e de análises de dados mais sólidos, é um fator crítico para gerenciar os crescentes custos dos programas de benefícios de saúde da força de trabalho. Conforme um recente informe da Mercer Marsh Benefícios, o negócio internacional especializado em benefícios para funcionários da Marsh & McLennan Companies, os custos médicos dos planos de saúde privados estão aumentando a um ritmo de quase três vezes a inflação na maioria dos países.
O Informe Global de Tendências Médicas 2018 da Mercer Marsh Benefícios é baseado em uma pesquisa realizada junto a 225 seguradoras em 62 países. Conforme esta pesquisa, as empresas têm a oportunidade de melhorar seus custos de atendimento médico e, portanto, a qualidade de vida e saúde para os seus funcionários.
Conforme o estudo, somente 14% das empresas está oferecendo programas de prevenção aos seus colaboradores. No entanto, esta é a tendência que prevalece para o futuro. John Deegan, líder global da Mercer Marsh Benefícios, disse: "À medida que os custos de atendimento médico aumentam, as empresas estão reavaliando os planos tradicionais de saúde oferecidos aos seus funcionários, muitos deles baseados no atendimento às doenças ou seus sintomas, em vez de preveni-las ou tratá-las desde a raiz do problema. A tendência atual está centrada em pagar os provedores de saúde em função dos seus resultados, ao invés de pagar só pelo atendimento sintomático. No entanto, para atingir este objetivo é necessária uma maior inovação por parte das seguradoras".
Apesar de a saúde mental ser o terceiro fator que mais impacta nos custos médicos, as empresas ainda não respondem de modo efetivo a este risco, já que cerca de 40% não fornecem planos com acesso a terapeutas/especialistas. Por esta razão, os especialistas da Mercer Marsh Benefícios recomendam que as empresas adotem um foco integral de bem-estar, que contemple a saúde mental junto com a saúde física como fator chave para melhorar a qualidade de vida dos seus funcionários.
Por outro lado, devido às expectativas digitais da sociedade, os empregadores e as seguradoras deverão investir na melhoria de suas capacidades digitais e de análise de dados. "O seguro-saúde está pronto para enfrentar mudanças significativas que beneficiarão os funcionários. Quanto mais investimento digital e de análise de dados tenhamos, mais fácil será para as empresas abordar melhor as necessidades dos seus funcionários e atingir o objetivo de um sistema de saúde mais acessível e focado na qualidade”, disse Andrew Perry, Managing Director da Mercer Marsh Benefícios.
Para baixar uma cópia do informe, clique aqui.
Descobertas na América Latina e Caribe
Na América Latina, a taxa de inflação médica (12,7%) foi duas vezes maior em 2017 que a inflação geral média (5,9%). Para 2018, a projeção das seguradoras é similar: 11,5% diante de uma inflação geral de 4,7%. Destacam-se países como o Brasil, onde a inflação médica supera em 6 vezes a inflação geral do país, e o Peru onde supera em 4 vezes.
Nos próximos anos esta tendência de elevação será mantida, conforme os seguradores, devido ao aumento de doenças como o câncer, cardiopatias ou acidentes cerebrovasculares, ao crescimento dos custos dos provedores de serviços de saúde e ao acesso a novas tecnologias médicas.
Quais reclamações impactam mais nos custos?
O câncer (79%), as doenças do sistema circulatório (45%) e as osteomusculares (34%) são as doenças com mais impacto para as seguradoras.
Quais são as doenças que geram mais reclamações?
O câncer (47%), as doenças gastrointestinais (42%) e as relacionadas a condições respiratórias (37%) são as que geram maior quantidade de reclamações.
Quais são os principais gastos para as companhias seguradoras?
Os medicamentos, materiais cirúrgicos, próteses e fornecimentos para pacientes internados são os que mais impactam nos custos, o que corresponde, na região, o dobro (32%) da média global (18%). Seguidos pelas hospitalizações e salas de cirurgia (22%) e, em terceiro lugar os exames de diagnóstico/laboratório (16%), bem como os custos dos médicos e outros profissionais da saúde (16%).
Quais são os riscos que mais impactam os programas de saúde oferecidos pelas empresas?
Os cinco principais fatores de risco (tanto no âmbito global quanto na América Latina) são o metabólico/cardiovascular, o dietético e o emocional, seguidos pelo risco ocupacional e ambiental. Porém, a porcentagem do risco dietético na região é 25% maior que a média global.
Qual é o futuro da saúde? Quais serão os investimentos das seguradoras de saúde?
A análise de dados, soluções digitais para o usuário, e incentivos para uma utilização racional dos serviços, são as principais áreas de investimento estratégico para as empresas seguradoras. Destaca-se na América Latina que o investimento em Data Analytics é bem superior (71%) à média global (47%).