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BLOG: RISK IN CONTEXT

Fontes Alternativas de Financiamento no Agronegócio trazem Novos Riscos

Por 09 Novembro 2017

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a agricultura familiar produz cerca de 70% dos alimentos consumidos em todo o Brasil. Por recorrência histórica, podemos dizer que essa é uma atividade altamente dependente de fontes de financiamento para que sejam possíveis os investimentos em insumos, como, por exemplo, máquinas, sementes, fertilizantes e defensivos por parte dos produtores.

Através do subsídio de taxas de crédito e criação de programas em prol do produtor, o governo sempre teve papel fundamental no fomento da agricultura no país. Atualmente, até por conta da atual conjuntura política e econômica enfrentada pelo Brasil, essa realidade parece estar se alterando: o governo tem diminuído as possibilidades de financiamento, forçando os produtores a buscarem novas fontes de fomento.

De acordo com o jornal Valor Econômico, na safra de 2016/2017 o volume de crédito rural concedido por instituições públicas diminuiu 32,6% em relação à safra de 2015/2016. Em decorrência disso, empresas fornecedoras de insumos e também tradings do agronegócio veem-se obrigadas a se reinventarem e desenvolverem novas formas de fomentar e financiar os produtores. Isso com a finalidade de venderem seus produtos ou comercializarem as commodities através do aumento ou criação de novas linhas de crédito para os produtores e também para o desenvolvimento de outras operações como o barter (fornecimento de insumos em troca de commodities), com o intuito de continuar a oferecer seus produtos e aumentar as vendas.  

Em matéria publicada pela Reuters, no dia 28/08/2017, a gigante alemã Bayer informou que sua unidade de defensivos agrícolas tem registrado recordes nas operações de barter e que essa operação deverá representar cerca de 25% de todo o faturamento da unidade de agroquímicos da Bayer no Brasil.

(https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN1B81Z9-OBRBS)  

Essa nova realidade para as demais empresas da cadeia de valor do agronegócio traz consigo um aumento considerável da exposição do risco de crédito que, até então, não fazia parte do dia-a-dia dessas companhias.

Com isso, é necessário que, além de políticas internas rigorosas quanto à concessão desses limites para o financiamento do produtor, a empresa procure ferramentas alternativas para mitigar e também transferirem esses riscos.

O mercado segurador, identificando esse movimento do setor, vem estudando novas coberturas e produtos e já possui algumas alternativas para a transferência desses riscos, tais como: o seguro de crédito garantindo operações de barter, seguro para a proteção de fontes alternativas de financiamento como CRA e também a contratação de apólices para riscos climáticos como o seguro paramétrico, garantindo que, em caso de uma quebra de safra de seus produtores, a carteira de recebíveis de tradings ou fornecedoras de insumos esteja protegida.

Apesar de o Brasil ter atualmente apenas cerca de 15% de sua área agrícola produtiva segurada (nos EUA esse número beira os 95%) e ser altamente dependente de subvenções do governo, é possível encontrar novas alternativas para o gerenciamento e transferência dos riscos.

Temas relacionados:  Agronegócio