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RISK IN CONTEXT

Existe seguro para carros elétricos?

Por Carla Contini 07 Janeiro 2020

Com os olhos voltados para a sustentabilidade, o carro movido a energia elétrica é uma tendência global e uma realidade em países desenvolvidos, com as vendas desse modelo já superando os a combustão. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a adesão ainda é pequena e, com barreiras econômicas, políticas e estruturais a ultrapassar, a previsão é que a expansão aconteça no decorrer da década. 

Com inúmeras vantagens, como o baixo ruído, emissão zero de CO2, economia, simplicidade na manutenção, a sustentabilidade dos elétricos é inquestionável, porém o custo, em geral, é mais elevado. Do custo total, 60% corresponde à bateria e não podemos esquecer as altas taxas de importação em nosso país.

A principal indicação do uso dos veículos é em meio urbano, uma vez que a autonomia ainda seja questionável, sendo, ao redor do mundo, uma alternativa positiva para serviços prestados aos cidadãos. Na China, por exemplo, país com maior número desses veículos, boa parte da utilização é em táxis, ônibus de transporte coletivo, caminhões de entrega e motocicletas. Já na Europa, em carros oficiais e ônibus e, nos EUA, em serviços de entrega. No Brasil, apesar da timidez, já temos bons exemplos com entregas e recolhimento de lixo hospitalar e caminhões de lixo.

Para facilitar a adesão dos brasileiros, incentivos fiscais estão em fase de estudos e, enquanto Paraná, Brasília e Ceará já implementaram a isenção de IPVA, em São Paulo, o proprietário de um desses modelos pode requisitar o reembolso de 50% do imposto e liberação do rodízio.

As principais montadoras atuantes nesse segmento são BYD (líder mundial), Tesla, BMW, JAC, Nissan e, mais recentemente, GM.

Características e vantagens

Economia: o custo da energia é muito inferior ao petróleo e, com um motor com menos peças, sua manutenção se torna mais simples e barata. A peça principal é a bateria que, presa ao chassi, dificulta o roubo e pode durar em média 25 anos.

Baixa emissão de poluentes: enquanto roda, o veículo não polui, mas a produção de baterias e sua recarga podem gerar CO2, de acordo com a fonte de energia elétrica de cada país. Alternativas como energia solar e freios regenerativos, sistema que utiliza a frenagem para recuperar em até 25% a energia das baterias, podem aumentar a sustentabilidade.

Emissão de ruídos: sem a combustão, o motor é muito mais silencioso, o que permite um tempo maior de circulação e condução.

Autonomia: alguns modelos garantem o alcance de até 400km, mas observa-se, na prática, uma média 250km. Tal variação pode ser influenciada pelas condições do uso, como pela utilização do ar-condicionado, que gera uma perda de 10% do alcance, ou alta velocidade, que reduz esse número em até 20%.

Abastecimento: ainda temos poucos eletropostos e pontos de carregamento e o tempo de recarga varia. Uma carga rápida leva de 50 minutos a uma hora e meia e uma completa, até 8 horas de carregamento, limitando o número de usuários por vez em pontos de abastecimento públicos. Uma alternativa é possuir uma bateria portátil, que garante uma recarga de 25% do total.

Como funciona a contratação de seguros para veículos elétricos?

Em um mercado ainda novo, a baixa experiência gera dúvidas quanto a aceitação e correta taxação do risco. Entre os fatores que têm influenciado a decisão das seguradoras de aderir ou não ao segmento, destacam-se: 

  • baixo índice de roubo – uma vez que a bateria está presa ao chassi, não pode ser retirada, diminuindo seu valor no repasse ao mercado paralelo de peças
  • dificuldade na reposição de peças – com pouca representação e a grande parte das peças produzida sob encomenda, os prazos de reparo se tornam superiores aos de veículos normais
  • poucas oficinas credenciadas e escassez de mão de obra especializada – torna o custo de reparo mais alto e gera a necessidade de translado ainda imensuráveis
  • com uma autonomia limitada e poucos postos de recarga, ainda é muito cedo para medir a frequência e tipo de atendimento para as “panes secas”, se serão atendidos por carregadores portáteis ou transportados por guinchos.

Ainda com pouca amostragem e de forma generalista, as taxas de casco têm variado entre 2,5% e 3,5%, com franquias de 10% a 15% do valor do veículo. As assistências podem e devem ser desenhadas de acordo com a necessidade de utilização e o ideal é prever verbas para os eventos ainda desconhecidos.

Em meio às incertezas, esse é um mercado potencial e, mesmo que vagarosamente, está se estabelecendo e requer suporte da cadeia que o cerca. Precisamos, agora, ser disruptivos e ágeis para entender e acolher de forma eficiente o risco e garantir a sustentabilidade e lucratividade do segmento.

Carla Contini

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