A importância da saúde a distância em tempos de pandemia
Para somar à missão de conter o avanço do novo coronavírus covid-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou, em caráter excepcional, por meio de ofício enviado ao Ministério da Saúde, as práticas de telemedicina, teleatendimento e teleconsultas no Brasil, válidas enquanto durar a pandemia.
Os recursos disponibilizados pela medicina digital deverão atuar para aliviar a superlotação dos hospitais e prontos-socorros e evitar aglomerações desnecessárias em clínicas e consultórios. Os médicos poderão atender nas modalidades de teleorientação (instruções ao paciente a distância e encaminhamento a centros especializados), telemonitoramento (acompanhamento remoto da evolução da doença no paciente) e teleinterconsulta (conferência entre profissionais de saúde para troca de informações e auxílio nos diagnósticos).
Com a notícia animadora, as startups de teleatendimento passaram a prever um crescimento de até 1.000% este ano. Em poucos dias, a procura pelos serviços dessas healthtechs já havia se multiplicado e a previsão é que cresça ainda mais nas próximas semanas, com a progressão da doença em direção ao pico de contaminação.
Antes da disseminação da covid-19, a telemedicina era proibida no Brasil, apesar de já praticada por alguns hospitais e operadoras. Em 2019, o CFM tornou pública uma norma que regulamentava a prática, mas a medida foi derrubada depois de protestos da comunidade médica. O desempenho dessa moderna modalidade no cenário de crise em que o mundo se encontra hoje pode ser um marco para a valorização de seu potencial no cuidado à saúde e sua regulamentação definitiva para o uso cotidiano nas redes pública e privada.
O pioneiro estudo Saúde Sob Demanda, realizado pela Mercer Marsh Benefícios (MMB), a Mercer e a Oliver Wyman, mostrou que independentemente da atuação destas soluções no atendimento relacionado ao coronavírus, há um sólido caso de negócio para a saúde digital, tanto do ponto de vista do empregador, quanto do empregado.
Por parte do empregador, a pesquisa demonstra que 71% deste grupo está disposto a investir em iniciativas digitais de saúde nos próximos 5 anos, enquanto do lado dos empregados, 52% afirma preferir trabalhar em empresas que oferecem soluções digitais em saúde.
Alinhado à era digital, os programas de gestão de saúde terão ferramentas que auxiliarão as empresas a equacionar três pontos-chaves que envolvem a assistência médica: acessibilidade, qualidade e custo. De forma geral, a tecnologia é uma forte aliada na redução de gastos, e com a saúde não é diferente. Em tempos de crise de contenção de despesas, em que a saúde representa o segundo maior gasto de uma empresa depois da folha do pagamento, as soluções digitais não podem ser desprezadas.
Na medida em que ampliamos a oferta de iniciativas digitais em saúde, os empregadores têm uma oportunidade sem precedentes para apostar em soluções de saúde personalizadas baseadas em tecnologia, além de aplicativos inteligentes para a prevenção de doenças e promoção do bem - que contribuem para uma força de trabalho produtiva e engajada.