Combater a discriminação e o preconceito é papel de todas e todos
Neste Mês do Orgulho LGBTQIA+, é importante reforçar conceitos básicos que todas e todos deveriam conhecer.
Há um consenso geral na comunidade científica de que a orientação sexual das pessoas não é uma escolha, mas sim uma condição. E também não é doença! Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Hoje, nas principais democracias do mundo, existem leis para proteger e assegurar a liberdade sexual das pessoas, vedando qualquer tipo de discriminação.
Com uma população de indivíduos LGBTQIA+ estimada em 18 milhões de pessoas vivendo no Brasil, é importante reconhecer não apenas o progresso da legislação em promover esforços de igualdade, mas também as barreiras que as pessoas LGBTQIA+ ainda enfrentam no acesso justo e igual a emprego, moradia e saúde.
A partir de 2010, podemos elencar avanços nos direitos das pessoas LGBTQIA+ no sistema judiciário brasileiro: o reconhecimento da união estável homoafetiva como entidade familiar; o estabelecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo; a autorização da mudança do prenome e da classificação de gênero por pessoas transgêneros no Registro Civil sem a necessidade de qualquer exigência além da manifestação de vontade do indivíduo; a criminalização da LGBTfobia.
Segundo pesquisa do instituto Center for Talent Innovation, 61% dos trabalhadores brasileiros LGBTQIA+ optam por esconder sua sexualidade de gestores e colegas em razão do medo de perderem o emprego. A pesquisa mostra dados ainda mais alarmantes: 33% das empresas do Brasil não contratariam para cargos de chefia pessoas LGBTQIA+; 41% dos trabalhadores LGBTQIA+ já sofreram discriminação em razão da sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho; 90% das pessoas transgêneros se prostituem por conta da dificuldade de conseguirem outro emprego.
Em 2011, o Conselho de Direitos Humanos adotou a primeira resolução da ONU sobre direitos humanos, orientação sexual e identidade de gênero, expressando “grave preocupação” com a violência e a discriminação contra as pessoas LGBTQIA+. Atitudes violentas contra esse público ainda são muito comuns no mundo inteiro.
O Brasil, segundo relatório da Associação Internacional de Gays e Lésbicas, ocupa o primeiro lugar em homicídios de LGBTs na América. Nosso país registra uma morte por homofobia a cada 23 horas. O estado mais violento é São Paulo, seguido da Bahia, do Pará e do Rio de Janeiro.
É papel de todos nós, cidadãs e cidadãos, fazermos nossa parte contra a discriminação de indivíduos que expressam sua sexualidade e identidade de gênero fora dos “padrões convencionais” homem / mulher. Militar ativamente pela causa das minorias é indispensável para se abrir a porta para o enfrentamento da discriminação e do preconceito.
Já passou da hora de aceitarmos o outro e reconhecer que as diferenças existem e são necessárias. A diferença é o que nos reforça como seres humanos únicos, amplos e universais. O não familiar tem o poder de ampliar nossa visão, incentivar ações e moldar a nossa interação com as pessoas. O mundo se desenvolve diante do contraste, da diversidade dos indivíduos e do ambiente, das diferentes culturas e experiências. Abraçar a diversidade sexual enriquece os pensamentos, nos torna mais empáticos, cria relações interpessoais mais harmônicas e, por fim, um ambiente mais inclusivo e respeitoso.