Estudo Regional
Tendências de Saúde Mental na América Latina e Caribe 2019
Conforme as projeções da Organização Mundial da Saúde, estima-se que a depressão e a ansiedade serão as primeiras causas de perda de capacidade de trabalho nos próximos 10 anos em todo o mundo. A América Latina e o Caribe não serão a exceção.
Em nossa região, múltiplos fatores continuam acelerando esse processo de deterioração da saúde mental dos funcionários, dentre esses destacam-se o estresse no trabalho, a preocupação com a estabilidade no emprego, a segurança financeira e a pressão das redes sociais, em termos de hipercomunicação e referências de vida.
Fatores esses que estimularam a Mercer Marsh Benefícios (MMB) a realizar seu primeiro Estudo Regional sobre as Tendências em Saúde Mental na América Latina e no Caribe 2019, uma pesquisa inédita na qual 880 empresas de 11 países da região e de 12 dos setores importantes da economia participaram.
Como principais conclusões deste estudo, destaca-se que apenas 1 em cada 5 empresas realizou um programa ou estudo interno para medir a saúde mental de seus funcionários e, em geral, apenas 30% das empresas oferecem recursos ou ações para cuidar da saúde mental de seus funcionários.
Quando analisamos os benefícios à saúde, a prática mais prevalente são os serviços ambulatoriais oferecidos por 67%, mas cai acentuadamente quando se trata de serviços hospitalares: 45%; e, quando se trata de serviços médicos relacionados à tentativa de suicídio, o percentual é de 33% e, no tratamento de dependência, 20%.
A maioria das empresas delega os cuidados de saúde mental de seus funcionários à saúde pública, seguridade social ou serviços oferecidos pelo governo, bem como proteção financeira em caso de incapacidade total e permanente. No entanto, com base neste estudo, elas também reconhecem que as condições oferecidas pelo poder público não são adequadas em termos de acessibilidade e qualidade percebida.
Os desafios da Saúde Mental no Brasil
Os problemas de saúde mental constituem a terceira causa de incapacidade no Brasil. Nos últimos dez anos, a concessão de ajuda relacionada à saúde mental aumentou quase 20 vezes, conforme o Ministério da Previdência Social.
De acordo com a 29ª Pesquisa de Benefícios Corporativos da Mercer Marsh Benefícios Brasil, 46% das empresas participantes realizam alguma ação focada na saúde mental, mas, quando analisada a informação, percebe-se que grande parte de suas ações está focada no indivíduo e não abrangem ações profundas, que incluam políticas e temas organizacionais como a liderança, ambiente organizacional, análise de carga de trabalho, cultura de saúde, entre outros; deixando uma solução deficiente do problema.
Por que essa negligência da saúde mental em nossa região?
O estigma e o medo das consequências no local de trabalho continuam sendo barreiras importantes para gerar conscientização, prevenção e assistência à saúde mental para os funcionários da região da América Latina e do Caribe. Alguns países estão introduzindo regulamentos para intensificar a identificação de funcionários em risco, como México e Colômbia, mas isso não é suficiente. É necessário implementar programas que cubram as necessidades de prevenção, assistência, recuperação e retorno do trabalho do começo ao fim.
Essa abordagem integrada também requer a implementação de políticas contra discriminação, assédio no local de trabalho e uma cultura que favoreça ambientes de trabalho seguros, positivos e fortalecedores das capacidades e contribuições do indivíduo.
Na Mercer Marsh Benefícios, estamos prontos para falar sobre Saúde Mental.