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Risk in Context

A Importância de um Plano de Contingência durante uma Pandemia

Publicado por João Teixeira

Numa rápida pesquisa no mais conhecido motor de busca mundial, usando apenas as palavras chave “plano de contingência Covid-19”, verifiquei que havia cerca de 220 ligações para páginas em língua portuguesa atualizadas com estes temas nos últimos trinta dias. Visitando alguns dos planos disponíveis, podemos encontrar de tudo: documentos de apenas 3 páginas, mais de 10 e até mais de 20 páginas. O número de páginas não é necessariamente sinónimo de melhor ou pior plano. O maior ou menor detalhe, não é também fator de que o plano é lido e seguido por aqueles a quem se destina.

A experiência que tenho, quer com clientes ou até mesmo na Marsh, onde tenho responsabilidades diretas em relação ao nosso Plano de Contingência e de Gestão de Crises, foi mais uma vez atualizada. Partilho convosco algumas lições até agora aprendidas:

Velocidade – Saber reagir é chave. Quando não somos os primeiros a ser impactados pela “onda”, como foi o caso desta pandemia, devemos ler rapidamente o que se passou noutros países e antecipar medidas, aprendendo com os que primeiro são afetados.

Pessoas primeiro – Certifique-se de que sua equipa entende o que deve fazer (ações pessoais) para se proteger e impedir a disseminação. Ouça e responda às preocupações de cada um. A ansiedade pode ser mais perturbadora do que o próprio surto. Incentive o trabalho a partir de casa, sempre que possível.

Cadeia de fornecimento – Todos importam. O cliente é o nosso destinatário final, mas ele só consegue obter o nosso real valor quando os fornecedores e os colaboradores não falham, quando os acionistas e financiadores confiam. É importante ouvir todos, saber como estão preparados, saber quais as suas necessidades atuais e o que esperam de nós.

Flexibilidade – Nem tudo o que funciona para uns serve para outros. Nem todas as decisões de hoje são as mais corretas amanhã.

Comunicação – Comunicar é fundamental, mas a comunicação interna é crítica. A calma e confiança dos nossos colaboradores revela-se numa boa resposta a clientes e fornecedores.

Simplicidade – As decisões e políticas devem ser comunicadas de forma simples e com um racional facilmente entendido pelos destinatários.

Esperar o inesperado – A ativação e atualização de um plano de contingência é mais eficiente quando há uma equipa multidisciplinar na sua base. Cada um vê o negócio de um ângulo diferente e consegue identificar situações que outros não conseguem ver. Uma boa equipa pondera cenários inesperados – podem ser pouco prováveis, mas acreditem que por vezes acontecem.

Financiar – Todos os dias surgem novidades, da parte do Estado, da banca ou de outras instituições que apoiam as empresas. É imprescindível ter presente os impactos nas necessidades de financiamento, para fazer face a eventuais dificuldades provocadas por atrasos de pagamento e/ou redução de vendas.

Planear – Prepare-se para reduções ou aumentos na procura. Planeie como continuar as operações, se tiver ausências significativas na equipa, seja recorrer à redução de turnos ou ao número de efetivos por turno.

Retomar – A retoma da atividade começa já. O Covid-19 não chegou de um dia para o outro e os seus efeitos podem demorar anos a ultrapassar, mas é preciso preparar o plano de regresso e até mesmo acautelar uma potencial “segunda onda” – acontece nos tsunamis, acontece nos terremotos e pode acontecer nos surtos epidémicos.

Resistência – É perfeitamente admissível que sejam necessárias estratégias para agir durante os 6 a 12 meses (ou mais) de possível interrupção resultantes dos choques na procura.

Além destes aspetos, lembrem-se que há coisas simples, no nosso dia a dia, que não funcionam ou têm de ser acauteladas, nomeadamente para as organizações que decidiram trabalhar a partir de casa. Um plano de contingência simples e eficaz minimiza, significativamente, o efeito da interrupção e ajuda a gerir o negócio com mais confiança neste período de crise. 

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